sábado, 3 de setembro de 2016

Focos de fogos

Todos os anos temos esse espetáculo dos incêndios e todos os anos ouvimos falar de suspeitos. Com a chegada do outono, depois do inverno e da primavera, cai uma cortina de esquecimento sobre tudo o que aconteceu. Esquecem-se os suspeitos que são dados como loucos, esquecem-se os dramas daqueles que morreram ou ficaram sem haveres e fica a sensação de que os loucos são aqueles que acham isto tudo muito estranho.
Certo dia, num restaurante perto de Sintra, sentei-me numa daquelas mesas compridas onde estavam a almoçar alguns camionistas espanhóis e portugueses e um destes contava que lá na terra dele, a corporação de bombeiros costumava remunerar todo aquele que fosse o primeiro a detetar um incêndio. Acontecia então que o primeiro era sempre o mesmo e isso levantou suspeitas. Após averiguações veio a saber-se que esse bombeiro tinha um irmão que depois de iniciar um foco de incêndio, avisava logo o outro para que corresse para o quartel e reclamasse o prémio! Acredito que haja alguns indivíduos esquizofrénicos e outros que atuem por interesses mas também acredito que muitos incêndios podem ser consequência de descuro ou até inocência.

Muitos jovens acampam durante os meses de verão, fazem fogueiras para cozinhar qualquer coisa e, quando abandonam o local ignoram que debaixo do monte de cinzas que foi uma fogueira, existe o inferno escondido! Durante a noite a brisa vai aumentando e torna-se vento e este transforma-se em abano enorme que ateia e eleva chamas depois de levar as cinzas! Há que ter atenção a estes campistas, cuja inocência devia obrigar a que nunca fossem deixados sem a presença de um ou mais adultos responsáveis!

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